quarta-feira, 13 de maio de 2009

Curiosidade...

Microrganismos na produção de biotecnologia negra

Novo tipo de tecnologia, baseada em seres como bactérias, pode ser usada para ampliar reservas naturais de petróleo

por David Biello



Quem está familiarizado com os tipos de biotecnologia existentes provavelmente já ouviu falar de biotecnologia vermelha para aplicações médicas (utiliza bactérias para produzir certas drogas), biotecnologia branca usada em processos industriais (substitui produtos químicos por microrganismos) e biotecnologia utilizada na agricultura (lança mão de plantas geneticamente modificadas).


De acordo com essas denominações é só uma questão de tempo o aparecimento de um termo aplicado ao uso de biotecnologia para novas fontes de combustível. “Biotecnologia negra” é o nome com que Richard Gallagher descreve a tecnologia que as ciências da vida estão empenhadas em promover, com a introdução de microrganismos em uma cadeia que pode prolongar a era do petróleo. Na verdade ela contribui para melhor compreensão dos processos envolvidos na formação de óleo subterrâneo. O trabalho de Gallagher foi publicado na edição de janeiro do The Scientist.

Conhecemos pouquíssimo sobre a quantidade e variedade de extremófilos que proliferam sob o calor e pressão de camadas internas da Terra. Camadas subterrâneas estão, provavelmente, repletas de vida microbiana, como as pesquisas têm mostrado. E é bem provável que esses seres minúsculos possam nos ajudar a produzir mais energia – tanto convertendo óleo descartável em metano aproveitável, como fazem naturalmente, ou transformando-se no estoque de petróleo do futuro, assim como algas, soja e outros grãos se transformam em combustíveis para aviões a jatos.

Alguns cientistas estão tentando criar novos microrganismos que possam produzir gasolina e outros combustíveis: uma biologia sintética para combustíveis sintéticos. Realizar essa façanha pode ser muito mais difícil que entender o que está acontecendo quilômetros abaixo do chão onde pisamos, mas não há dúvida de que os microrganismos têm muito a nos ensinar quando se trata de produção de energia.

in Scientific American Brasil, 10 de Março de 2009

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